Osaka, 18 de abril de 2025 – O Pavilhão Brasil na Expo 2025 Osaka, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), recebeu nesta quinta-feira (18) o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, para uma palestra com o tema: “Por que o Brasil? Estabilidade institucional, segurança jurídica e ambiente de negócios.”

Em sua apresentação, o ministro destacou o papel do Brasil como uma das dez maiores economias do mundo, com Produto Interno Bruto (PIB) estimado em cerca de US$ 2 trilhões – valor equivalente à metade do PIB japonês. “Apesar da renda per capita ainda ser menor devido à nossa população de mais de 200 milhões de habitantes, o país apresenta indicadores positivos”, afirmou Barroso. Ele citou o crescimento do PIB acima das expectativas nos últimos dois anos, reservas internacionais robustas e a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica.

Barroso também chamou atenção para os desafios estruturais do país, como os juros elevados e o impacto da dívida pública. “O Brasil é atraente para investimentos, mas não escondo as dificuldades que precisamos enfrentar”, pontuou. Ele destacou ainda o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) como o maior programa de inclusão social do mundo. “Com todos os seus desafios de financiamento e gestão, o SUS foi fundamental para salvar milhares de vidas durante a pandemia”, lembrou.

Entre os temas abordados, o ministro mencionou a persistência da pobreza – que ainda atinge cerca de 25% da população –, a necessidade de avanços na educação de qualidade e no saneamento básico.

No campo institucional, Barroso alertou para o cenário global de enfraquecimento da democracia, que hoje não ocorre apenas por golpes militares, mas também por líderes eleitos que, uma vez no poder, desconstroem os pilares democráticos. “A estabilidade institucional brasileira é uma conquista a ser preservada com vigilância e responsabilidade”, afirmou.

A Comissária-Geral do Brasil para a Expo 2025 Osaka, Maria Luisa Cravo Wittenberg, destacou a relevância da conferência: “A palestra mostrou a potência do Brasil e o compromisso do país em enfrentar seus desafios sociais e educacionais com seriedade e trabalho conjunto”, afirmou.

Presenças internacionais reforçam prestígio do evento

A palestra reuniu cerca de 50 convidados, entre eles representantes de pavilhões de países lusófonos. A comissária do Pavilhão de Angola, Albina Assis, ressaltou a relação histórica com o Brasil: “Foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola.” O cônsul-geral do Brasil em Hamamatsu, embaixador Aldemo Garcia, elogiou a apresentação: “O ministro abordou com profundidade os principais desafios enfrentados pelo Brasil.”

Também marcaram presença o comissário-geral do Pavilhão de São Tomé e Príncipe, Hamilton Cruz, que destacou a cooperação com o Brasil; e o comissário-geral de Moçambique, Riduan Ismael Adamo, que considerou a palestra “muito didática sobre a sociedade brasileira”.

Representando o Grupo Mulheres do Brasil, Vanessa Handa comentou: “A palestra foi uma verdadeira aula sobre o Brasil atual.” Já o representante da Uninter (Centro Universitário Internacional), Célio Nakahara, destacou: “Foi uma aula de democracia, pois sem democracia a educação não avança.”